O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), braço científico da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, já lançou seu alerta final: precisamos reduzir as emissões de CO2 na atmosfera em 48% até 2030 e praticamente zerá-las até 2050, se quisermos manter o aumento médio da temperatura do planeta em até 1,5°C até o ano de 2100.
Em seu último relatório, concluído em 2023, o IPCC constatou que a atividade humana aqueceu a atmosfera de maneira sem precedentes. A temperatura média chegou a aumentar 1,09°C no período de 2011-2020, em relação a 1850-1900. Desse total, 1,07°C seriam oriundos da ação humana.
De acordo com a organização, a cada incremento de temperatura, as mudanças se tornam maiores em termos de temperatura média regional, precipitação e umidade do solo. Ou seja, fenômenos climáticos anormais e extremos, como as cheias avassaladoras do Rio Grande do Sul, ondas de calor no hemisfério norte e secas extremas na Amazônia se tornam cada vez mais comuns.
Acordo de Paris: a origem da meta de 1,5ºC e o conceito de “net-zero”
Para evitar esses cenários, o Acordo de Paris, assinado em 2015, estabeleceu o objetivo de manter a temperatura média do aquecimento global bem abaixo de 2°C até o ano 2100, com esforços para limitá-la a 1,5°C.
De um lado, essa redução seria atingida com cortes significativos nas emissões de gases de efeito estufa (GEE) por países e empresas; de outro, com o aumento da captura de carbono da atmosfera, como por meio de atividades de conservação e restauração de ecossistemas. A meta é alcançar o cenário conhecido por "net-zero", que representa o equilíbrio entre as emissões de CO2 na atmosfera e o que é capturado, após reduzir todas as emissões possíveis.
Ainda há chance de alcançar as metas, mas a janela de oportunidade está se fechando
Segundo a Climate Action Tracker, que monitora compromissos climáticos globais de países e empresas, se forem mantidas as políticas atuais, a superfície da Terra deverá aquecer, na média, 2,7°C até 2100. Mesmo no melhor cenário, com metas corporativas e nacionais de longo prazo integralmente atingidas, chegaríamos a 1,8°C.
Ainda é possível mirar em limitar o aquecimento a um aumento de 1,5°C da temperatura global, mas países e empresas precisam se movimentar imediatamente em direção a um cenário net-zero. Para isso, são necessários tanto cortes nas suas próprias emissões, como a neutralização das emissões residuais (aquelas que não podem ser reduzidas) com ferramentas complementares, como os créditos de carbono de alta integridade.
A importância da regeneração de ecossistemas para uma economia de baixo carbono
A regeneração dos ecossistemas é fundamental para aumentar a remoção de CO2 da atmosfera e prover recursos essenciais à vida, como água e regulação climática, os chamados serviços ecossistêmicos.
Além de ser um dos caminhos mais eficientes para remoção de CO2, a regeneração pode gerar créditos de carbono que contribuem para sua viabilidade econômica. Por se tratar de um bem com valor financeiro definido, estes podem ser vendidos a organizações que precisam neutralizar as emissões que não possam ser reduzidas de outra maneira.
A Biomas nasceu com o objetivo de regenerar os ecossistemas brasileiros em larga escala
Na Biomas, restauramos ecossistemas com vegetação nativa, conciliando valorização da biodiversidade e transformação social. Atuamos para dar escala ao negócio de restauração ecológica e contribuir para que o Brasil assuma a liderança global na transição para uma economia de baixo carbono.
Como sociedade, já temos as ferramentas necessárias para frear o aquecimento global e mitigar as mudanças climáticas que ameaçam o planeta, sem abrir mão do desenvolvimento social. É hora de agir!